Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.
Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Ou Ou, Onde andas, aparece lá, ó da barca.
DIABO: Ó, quem está aí?
PARVO: Eu, anda daí!
DIABO: Ó, que se passa? Entra na minha barca real, senhor - ahahahah.
PARVO: Na tua barca? Para levais gente, ó da barca?
DIABO: Para o paraíso, Senhor. Onde terás tantas coisas boas e de que mais gostas.
PARVO: Para o paraíso? E do que é que eu mais gosto?
DIABO: … tu lá sabes. Sim, sim, entra!
PARVO: Não entro não, eu vou lá à outra barca.
DIABO: Vai, Vai lá então e depois volta, Ahahahaa
Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: Ó da barca, Ó da barca.
ANJO: quem temos aqui?
PARVO: Vem cá fora, ó da barca .
ANJO: O que tu queres?
PARVO: A entrada para a sua barca, linda senhora.
ANJO: Cá na minha barca não entraras! Lá aquela do outro será a melhor para ires!
PARVO: Então porquê? Em vida nunca pequei , ajudei milhares de pessoas , mas ninguém me ajudou a mim , deixai-me lá entrar, ó da barca !
ANJO: Mas será que vou ter de levar sempre com isto? Vai, ó da barca, aqui não entraras!
PARVO: Mas eu não mereço entrar naquela barca, mereço muito!
ANJO: Ó vai, vai-te daqui, não te quero ver mais à frente !
(Anjo/Diabo: que personagem tem a última palavra e qual a sua decisão?)
Diabo ; Vai, Vai lá então e depois volta, ahahah – Ele entrou na barca do diabo!
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